Crônicas

16/09/2013 11:26

FOLCLORE

E o pescador ouviu:

O cantar da sereia do mar,

Mas, no mar ele não estava,

A Sereia era a Iara a cantar.

Seu cantar falou da mata,

Do amor, do sol estelar,

Cantava serena nas águas,

Aos peixinhos para se acomodar,

Ao soninho dolente e gostoso,

Tão calmo quanto à brisa do mar,

Porém, está longe o canto,

Dos golfinhos a beira mar.

O saci com seu gorrinho,

Bem vermelho se põe a escutar:

A mãe d’água, linda sereia,

Com seu canto a embalar,

O sono da criança, tão gentil a ressonar,

E, talvez a paixão do boto, cor-de-rosa a encantar,

Doce moça vê o moço, bem formoso a adentrar,

Seu coração bate-forte, como fogo a queimar.

Mula sem cabeça ou talvez um Boi Bumbá,

É o folclore doce da gente,

Que nos vem revisitar.

A criança e o velho, no sertão a conversar,

Sobre os mitos e as lendas,

Muita história pra se contar.

Não deixe o medo vir,

O boi da cara preta pode te pegar.

Que sente o medo forte, muito forte sim de careta.

Vai dormir, vai garoto,

Nos seus sonhos vai se lembrar,

Não se esqueça do pai-nosso,

Prá assombração não te acordar.

E, você que está perto,

Bem pertinho da borda do mar,

Olhe fundo bem profundo,

Veja lá a Iemanjá,

Com as espumas bem serenas,

Suas ostras a enfeitar,

São as perolas dessa gente,

Do Brasil, com seu folclore,

A cultura toda estudar.

São sentimentos puros,

De um povo, de uma nação,

De índio, do negro e do branco,

Tantas cores nesse brasão.

Toca, toca o baião, a sanfona e o acordeão,

O flautim ou a gaita de fole,

O pandeiro e o violão.

Outros mais vão surgindo,

Com histórias de montão,

Vão embalar a doce lembrança,

Do vaqueiro e do bicho papão.

Medo, tenho medo, não!