Artigos

16/03/2013 23:26

 

 

Reflexões sobre Lex Parsimoniæ O Verdadeiro Tesouro

 

 

A extrema relativização dos valores morais, fruto de uma concepção capitalista-materialista da vida, tem contribuído para uma desproporcionadamente desarmoniosa ruína do sistema sóciopolítico-econômico.

Dentre tantos, três fatores podem ser trazidos à tona:

a) estímulo ao individualismo e à competição;

b) grande mídia como governo-paralelo das mentes e legitimadora do establishment;

c) o dinheiro como meta-maior.

Individualismo e competição. A tradição e educação moral os têm como base. Desde a maneira recompensatória com que damos presentes às crianças; passando pela luta para se entrar em uma instituição pública de ensino superior; culminando na lei da selva, que é o mercado de trabalho para a grande maioria.

Como poder que assina embaixo tal guerra e fratricídio, está a grande mídia. Não é novidade que, aliada às grandes corporações financeiras, estimula e manipula a mente de quase toda a população na direção do "seja feliz através dos bens materiais". Desse modo, o que seria mais lucrativo? Um carro por família, um carro para cada pessoa da família ou a gratuidade do transporte público? Não foram inventados, no início do século XX (!), carros movidos a combustível não-fóssil? Ingênuas questões, dentro de um âmbito em que os nossos pequenos prazeres andam de mãos dadas ao lucro das empresas, deixando para último plano a saúde do planeta.

Assim, enquanto nós tivermos o dinheiro (ou os bens materiais dos quais a moeda é mera representação) na qualidade de meta-maior, o tivermos como finalidade in se e não como meio de suprimento das reais e prementes necessidades da coletividade, haverá pois governantes que:

a) governam para si;

b) com auxílio de mecanismos de anuviamento cerebral-mental;

c) criaturas do paradigma de uma sociedade cujo valor é quantitativo, mas não qualitativo.

Fora já enunciado, na Lex parsimoniæ (ou Lei da Economia), por William de Ockham: "entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem" (as entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade).

Não deveríamos tomar, pois, como tesouro aquele pelo qual os homens de pouco coração lutam. Como outrora disse um mestre, o tesouro do homem é seu coração. Nada mais simples, não? Mas tal simplicidade economizaria muita energia... energia dispensada em guerras e toda a sorte de perdas. Essa simplicidade e essa economia se mostram tão raras quanto indispensáveis atualmente, a fim de cumprirmos nosso papel e prepararmos o terreno para que possam ser estabelecidos, de uma vez por todas, a Justiça e o Amor entre os homens. Que a verdadeira Lei se manifeste e o verdadeiro tesouro resplandeça.

 

Jefferson Neto